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Obras públicas de Chapecó movimentam a economia e geram mais de 2,6 mil empregos

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A retomada e conclusão das obras públicas terá um impacto decisivo na recuperação da economia brasileira em decorrência de novos investimentos e a geração de milhões de postos de trabalho. Enquanto para muitos Municípios retomar as obras em meio à pandemia é um desafio ambicioso, Chapecó prioriza as ações de combate à Covid-19 e dá sequência a 23 obras. Juntas, elas injetam hoje 43 milhões de reais na economia e garantem o sustento de 2.648 famílias, entre elas, a do Gelson Vieira, operador de máquinas na Praça da Família. “Momento difícil, mas tamo aí, empregado, graças a Deus. 100% dos nossos colegas de serviço que estão aqui, pelo menos a maioria, depende desse salário”, contou o funcionário.

Importante destacar que o Município não pode aplicar os recursos de convênios e financiamentos destinados para obras em outras áreas, como na saúde, por exemplo, para não haver desvio de finalidade. Somente as obras públicas em andamento hoje em Chapecó geram 1.823 empregos diretos e 825 indiretos. E esses números vão aumentar com a sequência do Programa “Mãos à Obra”, que prevê investimentos de aproximadamente 100 milhões de reais em obras. A projeção é de mais 6.100 postos de trabalho gerados por obras públicas previstas para iniciarem em 2020.

Segundo o Secretário de Desenvolvimento Urbano, Américo Nascimento Júnior, Chapecó mantém as obras que já existiam antes da situação da Covid, e quando liberado, chamou as empresas e readequou todos dos cronogramas. “Estamos dia a dia desenvolvimento uma relação de confiança com os nossos fornecedores. E nós estamos planejados e em licitação, com muitas obras do Programa Mãos à Obra. São 100 milhões de reais aproximadamente que estaremos aplicando este ano”, complementou o Secretário que acompanha as obras.

Segurança e prevenção nos canteiros de Obras

A partir dos primeiros casos de Coronavírus confirmados no Brasil e em Santa Catarina, os protocolos de segurança e higiene nas obras foram aperfeiçoados, com mais medidas, como ampliação de lavatórios, uso obrigatório de máscaras, álcool em gel, acesso aos refeitórios em horários diferenciados e distanciamento nas áreas de lazer. “Hoje cada colega de serviço é que ajuda a cuidar um do outro”, contou o operador de máquinas, Gelson Vieira.

O Sinduscon, que é o Sindicato da Indústria da Construção do Oeste fiscaliza e acompanha de perto a implementação desses cuidados. Conforme o Presidente Luís Alberto Paludo, a entidade faz também um trabalho de sensibilização que vai além do canteiro de obras. “A preservação do emprego é algo que todo mundo quer manter, né!?. Todo mundo quer preservar seu emprego. Então, para evitar demissões, é importante que o vírus esteja afastado do canteiro de obras. Essa é uma prática que nós temos adotado nas instruções levadas aos colaboradores”, completou.

Impactos da crise na economia local

O Sebrae monitora, por meio de levantamento online, o impacto econômico da situação atual nas empresas catarinenses. Em Chapecó, o Gerente Regional da entidade, Enio Alberto Parmeggiani chama a atenção para um dado que mostra um cenário de reação: 714 microempreendedores foram formalizados na Sala do Empreendedor de janeiro a abril, o que demonstra que muita gente que perdeu o emprego está se recolocando no mercado de trabalho. “Apesar do impacto neste momento e diante de atuações que estão sendo desenvolvidas, percebemos ainda uma espécie de saldo positivo de abertura de empresas em Chapecó, em detrimento de fechamento de empresas. Números totais, absolutos, literalmente nós temos maior número de empresas abertas, no período de janeiro a abril, do que empresas fechadas”, explicou Enio Alberto Parmeggiani.

E uma pesquisa recente do economista e Pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da Unochapecó, professor Márcio da Paixão Rodrigues mostrou o poder de reação de Chapecó pós-crise. “Especialmente em momentos como este é importante a gente olhar pro passado pra tentar entender o que pode acontecer no futuro. Nas últimas crises que assolaram a economia brasileira, Chapecó tem mostrado uma alta capacidade de retomada de crescimento, acima da média”, ressaltou o Economista.

O professor e pesquisador explicou que, para se ter uma ideia, especialmente na crise de 2015, 2016 e 2017, Chapecó perdeu quase dois terços da sua capacidade de geração de empregos formais. Três anos depois, o Município fecha o ano de 2019 em 13º lugar no Brasil entre os municípios que mais geraram empregos formais na economia. “Então, se a gente pegar os mais de cinco mil municípios brasileiros, Chapecó está entre 1% dos municípios que mais geraram empregos em 2019. Esse cenário, esse passado, mostra pra gente a dinâmica que Chapecó tem de retomar o crescimento em situações adversas. Uma alta capacidade de ser resiliente em momentos adversos como este. Então, a gente pode acreditar que, a médio prazo, teremos bons ciclos de prosperidade da economia local sim”, concluiu Márcio da Paixão Rodrigues.

Para finalizar, o Prefeito Luciano Buligon destacou a importância da conscientização, dos cuidados e das atitudes dos chapecoenses para a retomada da vida normal. “Nós estamos vivendo um período de anormalidade, uma verdadeira guerra contra a Covid-19. Por isso a sensibilização e as atitudes das pessoas é que vão nos dar a normalidade para a nossa vida e a retomada econômica o mais rápido possível”.

Chapecó, 19 de maio de 2020 – terça-feira