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Experiência dos Trabalhos em Grupo é discutida em Chapecó

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A experiência do GDH – Grupo de Desenvolvimento Humano de Chapecó é reconhecida na Rede de Saúde Municipal de Chapecó. E ela pode ser replicada em todos os municípios que queiram melhorar suas práticas em saúde por ter características de baixo custo para sua efetivação, facilidade e simplicidade no processo de implantação e grande impacto dos resultados obtidos. Por isso, Chapecó sediou o Simpósio Municipal de trabalhos com grupos: Potencialidades aos grupos interativos nas politicas públicas no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes.

Na programação tiveram diversas mesas, entre elas, “GDH como prática de proteção de direitos e promoção da saúde mental na Atenção Básica”, “Adolescente em situação de conflito com a Lei: o grupo como possibilidade para além do cumprimento da medida socioeducativa”, “Os grupos como espaços de Educação Permanente em Saúde: reflexos do prisma na formação”, “Luto de pais que perderam filhos: o grupo como uma experiência transformadora”, “Grupos com Famílias: relatos de experiências no serviço CREAS I e CAPSi II”, “Pacientes hiperutilizadores: grupos interativos como uma proposta de intervenção”, “Psicoterapia de Grupo com Pacientes Graves: uma experiência de vida para sempre”. Além das mesas e debates, durante a programação aconteceu palestra com Luiz Carlos Osório - Psiquiatra e Psicanalista individual e de grupos, com a temática “Por que trabalhar em e com grupos é preciso?”.

GDH

O Grupo de Desenvolvimento Humano – GDH – é serviço oferecido pela Administração Municipal, por meio da Secretaria de Saúde, que visa oferecer atendimentos e capacitar profissionais das diversas áreas de formação para coordenarem grupos de usuários das políticas públicas com finalidades terapêuticas. No cotidiano da assistência das equipes de saúde na Atenção Básica (AB), a saúde mental permanecia à margem dos planejamentos e estruturação das práticas, sendo seu manejo delegado aos setores de especialidades. Com a inclusão dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) em 2008, o Ministério da Saúde proporcionou várias especialidades para apoiarem e matriciarem (construção compartilhada de proposta para intervenção pedagógico-terapêutica) as equipes em todo o território nacional. E em Chapecó, o NASF foi implantado em 2011, trazendo inovações nas práticas de saúde, provocando a desacomodação dos profissionais de seus conhecidos lugares, convidando-os a refletir sobre a complexidade e multideterminação das condições de saúde das pessoas em seus territórios, num enfoque interdisciplinar e psicossocial.

Então, em 2012, foi proposta a criação de um projeto inovador ao gestor de saúde municipal. Esse projeto, nominado como Grupo de Desenvolvimento Humano (GDH), buscava inicialmente a reorganização da assistência aos usuários, nos moldes de grupos interativos, no âmbito da saúde mental. No entanto cresceu e ultrapassou as fronteiras que lhe destinavam seus objetivos iniciais, resultando na ativação de uma Rede de Atenção à Saúde (RAS) integrada com os serviços de Saúde Mental (Centro de Atenção Psicossocial Adulto - CAPS II; Infantil - CAPSi; e Álcool e Drogas - CAPSAD), Proteção Social (Centro de Referência de Assistência Social - CRAS) e Atenção Básica (Centros de Saúde da Família - CSFs) com foco no cuidado das pessoas. Posteriormente foram incluídos no GDH os serviços de especialidade em infectologia (Hospital Dia), Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE), Departamento de Atenção Prisional (Penitenciária), ONG Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência (FCD) e instituição de ensino superior (Unochapecó).

O GDH foi iniciado em 2012 com a participação de 04 psicólogos do NASF matriciados pelo psiquiatra realizando 2 grupos interativos com usuários de medicamentos controlados da Atenção Básica. Após essa experiência inicial, no mesmo ano, alguns médicos foram convidados a participar. E logo em seguida o convite se estendeu para a participação de todas as categorias profissionais envolvidas na rede. Até 2016 foram capacitados 50 profissionais e desenvolvidos mais de 50 grupos interativos com temáticas variadas (representando aproximadamente 800 encontros, num total de 500 usuários contemplados), como por exemplo: usuários com transtornos mentais comuns, mulheres vítimas de violência sexual, familiares de pacientes com transtorno mental grave, familiares de vítimas de violência sexual, usuários com transtornos mentais comuns e graves (misto), usuários com transtornos mentais graves, familiares de adolescentes e crianças dependentes químicas, familiares de crianças e adolescentes portadores de transtorno mental grave, adolescentes infratores, mulheres em situação de violência, usuários com diagnóstico de depressão e ansiedade, compulsão alimentar, trabalhadores em sofrimento psíquico,trabalhadores afastados do trabalho, usuários hiperutilizadores, luto de pais que perderam filhos, entre outros.

Atualmente são 107 profissionais participantes das seguintes categorias: assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, dentistas, educadores físicos, farmacêuticos, médicos, nutricionistas, pedagogos, fonoaudiólogos, professores, advogados e estagiários universitários. Estes são divididos em três grandes grupos para os encontros de estudo: iniciantes com 55 participantes; intermediários com 20 e avançados com 32. O que representa a qualificação profissional para a Atenção Básica e para a rede e faz com que essa rede atue de forma efetivamente integrada em sinergia, onde o conjunto representa muito mais que a soma de suas partes.