Museu de História Arte de Chapecó - MHAC
Museu Antonio Selistre de Campos


Museu de História e Arte de Chapecó

Em 2009 foi criado o Museu de História e Arte de Chapecó, tendo como sede o Prédio Histórico da Prefeitura Municipal. Para compor o acervo do novo museu, foi incorporado à instituição um acervo artístico que estava sob a guarda da Fundação Cultural de Chapecó, situada também no Prédio Histórico. Este acervo proveio do Memorial Paulo de Siqueira e da Galeria Municipal de Artes Dalme Marie Grando Rauen - espaço que além de homenagear a artista homônima, funciona também como local de exposições temporárias, cuja ocupação ocorre por edital público no qual concorrem artistas locais. Em algumas edições deste edital, uma das contrapartidas dos artistas selecionados era a doação de uma das obras expostas para a Fundação Cultural, dessa forma, a fundação foi acumulando um acervo artístico que era incrementado com doações diversas da comunidade.

O acervo do MHAC, segundo sua lei de criação, deveria incorporar duas tipologias: “um referente à História, a Política, e a Administração Municipal, e outro referente às áreas de Artes, projetando estudos, pesquisas e extensões” (CHAPECÓ, 2009). Assim, além do acervo artístico, o novo museu incorporou também o acervo fotográfico, documental e o mobiliário que estava antes sob a guarda do MASC.

Museu Antônio Selistre de Campos

O Museu Antonio Selistre de Campos fica localizado no Prédio Histórico da Prefeitura Municipal, edifício tombado pelo município, inaugurado em 1950 para servir de sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário no município MASC. Este edifício abriga, além do Museu Antonio Selistre de Campos - mais antiga instituição museológica da cidade, o Museu de História e Arte de Chapecó - MHAC, criado em 2009 e atualmente divide espaço também com o Setor de Artes Visuais da Prefeitura Municipal de Chapecó.

O primeiro espaço museológico de Chapecó surgiu, de maneira informal, no ano de 1974 e teve como sede o piso superior do edifício que abrigava a Prefeitura Municipal, situado em frente à Praça Coronel Bertaso, na área central da cidade. Naquele ano foi inaugurado um novo edifício para a administração municipal, situado a Rua Floriano Peixoto, nº 145, ficando o edifício histórico disponível para ocupação.

O acervo foi constituído com as doações de pessoas físicas e de instituições diversas. Tiveram destaque duas grandes coleções. A primeira, coleção entomológica doada por Fritz Plaumann (1902 – 1994) - pesquisador alemão autodidata que veio residir no oeste catarinense na década de 1920 e colecionou um acervo de mais 80 mil exemplares da área. A coleção doada ao museu foi mais tarde repassada a uma universidade local.

Outra coleção que mereceu destaque foi doada pelo Juiz de Direito Antonio Selistre de Campos (1881-1957), que interessado pelas causas indígenas, passou a colecionar em sua residência artefatos arqueológicos e etnológicos recebidos da comunidade relativos às populações indígenas locais. Com seu falecimento, a guarda da coleção passou para as Irmãs Franciscanas do Colégio Bom Pastor, as quais posteriormente transferiram a posse dos objetos para o Município de Chapecó, quando o museu foi criado.

As peças que o Dr. Selistre colecionou são originárias do povoamento pré-colonial do oeste catarinense, que ocorreu em dois momentos: um primeiro, composto por grupos caçador-coletores, que habitaram a região entre 06 mil e 10 mil anos atrás; um segundo, por volta de mil anos atrás, vieram grupos de agricultores ceramistas pertencentes às tradições Tupiguarani, antepassados dos Guaranis, e da tradição Itararé-Taquara, ancestrais dos Kaingang e Xokleng (CARBONERA, 2013).

No dia 19 de abril de 1978 o museu foi denominado oficialmente, através da Lei Nº 198, como Museu Municipal Antonio Selistre de Campos, prestando uma homenagem ao principal doador do acervo que compunha a instituição. A nomeação foi atribuída pela Câmara de Vereadores da cidade, que escolheu o Dia do índio para atribuir esta denominação, reconhecendo a atuação do juiz como precursor das discussões sobre as causas indígenas na cidade e na região.

Em 1978 ocorreu a alteração da gestão municipal e o novo prefeito decidiu utilizar o edifício onde estava abrigado o museu para a alocação de algumas secretarias. Com o novo destino dado ao edifício, o acervo teve sua primeira transferência. Ele foi levado para o térreo do novo edifício sede da prefeitura, situado na Rua Marechal Floriano Peixoto, 145. O museu passou a dividir o espaço juntamente com a biblioteca municipal. No ano de 1983, ocorre nova troca de gestão e o acervo passa por mais uma transferência, retornando ao edifício original.

Em 1989, após ter passado um período instalado no prédio histórico da Prefeitura, o poder público buscou um novo espaço físico para as instalações do museu. O edifício delegado para acolher o acervo foi o imóvel que pertenceu ao empresário Ernesto Francisco Bertaso, proprietário da empresa responsável pela colonização da cidade, construído em 1953 e conhecido popularmente como “Castelinho”. A divisão do espaço destinou o andar térreo ao Museu, onde o acervo foi exposto em salas temáticas, ficando o piso superior destinado à Biblioteca pública municipal.

Na década de 1990, o acervo retornou ao prédio histórico da antiga prefeitura e em 1997 foi transferido para um novo local, a Casa Histórica da Família Bertaso, primeira residência do colonizador, construída em madeira e que havia sido transferida para o parque de exposições Tancredo Neves, no bairro Efapi em 1991, após doação realizada pela família para servir de sede administrativa da feira de exposições que acontecia a cada quatro anos no parque.

Na primeira década do século XXI, o acervo que estava sob a guarda do MASC passou por uma reorganização. De início, parte do acervo retornou ao prédio histórico da prefeitura, onde permanece até o presente, e o restante da coleção foi dividida com a criação de dois novos museus públicos. Em 2009 foi criado no mesmo prédio, junto ao Museu Antonio Selistre de Campos, o Museu de História e Arte de Chapecó pela Lei nº 5661/2009.

O MASC então passou a atuar com foco nos aspectos arqueológicos e etnológicos das populações indígenas regionais. Ficou sob sua guarda, assim, o restante da coleção do juiz Antonio Selistre de Campos, além de novas peças etnológicas adquiridas junto às populações indígenas locais. A partir do momento em que o Museu Antonio Selistre de Campos passou a ter seu foco em arqueologia e etnologia, o museu passou a ocupar duas salas no andar térreo do Prédio Histórico da Prefeitura destinadas às exposições, uma dedicada à arqueologia e outra sala dedicada à etnologia.

No final do ano de 2014, o prédio que abriga o Museu passou por uma reforma que durou até o final de 2016. O MASC reabriu em 2016 ocupando a parte esquerda (sentido Catedral Santo Antônio) do edifício com a exposição: O presente de uma questão pretérita: Antonio Selistre de Campos e os Kaingang do Velho Chapecó. A exposição narrava a história da relação do magistrado Selistre de Campos com a defesa da Terra Indígena Toldo Imbú, em Abelardo Luz. Esta exposição foi ainda apresentada durante o centenário da Comarca de Chapecó, cuja sede da instituição também homenageia o homônimo magistrado, no ano de 2017 em evento ocorrido no Centro de Eventos de Chapecó.

Para o centenário da cidade ocorrido em agosto de 2017, a Fundação de Cultura de Chapecó organizou a exposição Chapecó: Rios de Cultura e Memória. A exposição foi montada no andar térreo do Prédio Histórico ocupando a maior parte das salas. O último evento organizado pelo MASC foi em 2018, celebrando os 40 anos da instituição, considerada sua fundação no ano de 1978. Foi organizada uma homenagem para alguns ex-funcionários ou pessoas ligadas à trajetória do museu e também foi aberta a exposição Trançados Indígenas com o propósito de lançar um olhar, através da produção artística, para as comunidades indígenas presentes na cidade de Chapecó e na região oeste catarinense.

No ano de 2020, e constituído um calendário de eventos e projetos para o ano de 2020 com o planejamento de exposições, pesquisas e eventos culturais. No entanto, devido ao início da pandemia do Covid-19, o calendário foi cancelado, optando a equipe pela construção do Plano Museológico do Museu Antonio Selistre de Campos. O plano museológico tem por finalidade orientar a gestão e articular os diferentes setores, buscando o aprimoramento da instituição para o cumprimento de sua função social (INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS, 2016).

REFERÊNCIAS

CARBONERA, Miriam. Notas sobre a história das sociedades pré-coloniais do oeste catarinense.Tempos Acadêmicos: Dossiê de Arqueologia Pré- Histórica. Criciúma: Unesc, n. 11, p. 117-134, 2013.

CHAPECÓ. Lei nº 5661, de 13 de novembro de 2009. Disponível em: < https://leismunicipais.com.br/a/sc/c/chapeco/lei-ordinaria/2009/567/5661/lei-ordinaria-n-5661-2009-dispoe-sobre-a-criacao-do-museu-de-historia-e-arte-de-chapeco-mhac>. Acesso em 20 de mar. 2017.

CHAPECÓ. Lei nº 198, de 19 de abril de 1978. Disponível em: < http://leismunicipa.is/egtsq >. Acesso em 12 de mai. 2020.

CHAPECÓ. Decreto nº 1483, de 18 de agosto de 1989. Disponível em: < http://leismunicipa.is/clokn>. Acesso em 12 de mai. 2020.

INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Subsídios para a elaboração de Planos Museológicos. Brasília: Ibram, 2016.

MUSEU Antonio Selistre de Campos é também atração na EFAPI 97. Diário do Iguaçu. 07 de Outubro de 1997.

MUSEU e Biblioteca vão mudar de sede em Junho. Diário da Manhã. 28 de Abril de 1989. Chapecó.


Prédio Histórico da Prefeitura Municipal de Chapecó

O prédio histórico da Prefeitura Municipal de Chapecó, situado na Avenida Getúlio Vargas 17N e atualmente sede do Museu de História e Arte de Chapecó e do Museu Municipal Antonio Selistre de Campos, teve sua construção iniciada em 1944 e finalizada em 1950, para ser a segunda sede do poder administrativo municipal de Chapecó, dividindo espaço com a Câmara de Vereadores e a Comarca de Chapecó.

A Prefeitura Municipal e a Câmara Municipal de Vereadores funcionaram neste prédio do ano de sua inauguração até o ano de 1974, quando se mudaram para um prédio mais amplo, localizado na Rua Floriano Peixoto, nº 145 L, Chapecó SC. Já a Comarca de Chapecó permaneceu no edifício até 1967, quando mudou-se para sede própria. No período posterior, o prédio serviu como sede de diversos órgãos da municipalidade, até que nos anos 2010 passou a ser utilizado totalmente como espaço museológico.

O prédio foi tombado parcialmente como Patrimônio Histórico Municipal, por força do Decreto-Lei nº 10.619, de 21 de maio de 2002 e o tombamento definitivo ocorreu através do Decreto nº 17.594 de 27 de novembro de 2007.

Referências

GERÊNCIA DE CULTURA PATRIMÔNIO HISTÓRIA E MEMÓRIA DA FUNDAÇÃO CULTURAL DE CHAPECÓ. História do prédio da antiga Prefeitura Municipal de Chapecó de 1950 a 1974. Chapecó, 2011.

CHAPECÓ. Lei nº 5661 de 13 de novembro de 2009. Disponível em: https://cm-chapeco.jusbrasil.com.br/legislacao/970057/lei-5661-09. Acesso em 09/04/2021


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Cartilha de Apoio Didático As transformações da Paisagem em Chapecó Download
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Relatório CONSTRUINDO O MUSEU QUE QUE QUERO Download
Relatório Policia & Sociedade Download
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